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VIAJANDO COM BEBÊ - E SE ELE ADOECER?????

E SE ELE ADOECER NA VIAGEM?


Todas as vezes que falo com pais de bebês acerca de viagens, um dúvida/temor entra em discussão: o que fazer se ele adoecer? Confesso que esse tema nunca havia me tirado o sono, sempre viajei com meus filhos pequenos, isso nunca havia  sido um empecilho para mim, embora soubesse que poderia acontecer.

A primeira vez que viajei com a minha filha, ela tinha apenas 2 meses (foi uma viagem dentro do Brasil, para tirar o visto dela), com cinco meses fomos para os Estados Unidos. Com meu filho não havia sido diferente quando ele também tinha dois meses viajamos de carro de Fortaleza ao Pará, um percurso de mais de 1.800 km.

Sei que muitos pais me condenavam, achavam loucura, mas sempre achei inconcebível parar ou mudar totalmente a sua vida com a chegada de um bebê ou, pior, excluí-los da nossa vida diária, delegando seus cuidados a outras pessoas. É incrível como os bebês se adaptam facilmente, já para nós, os pais, é bem mais difícil, viajar com crianças significa abrir mão de vários passeios, principalmente aquele restaurante chique ou bar da moda, ou aquele maravilho show, mas também abre novo horizontes, ficar em um parquinho vendo a vida passar virá um programão e o que dizer dos museus voltados às crianças. Também significa levar uma tralha sem fim, mamadeira, chupeta, fralda, trocador, comidas especiais, brinquedos, enfim, um mundo.

Por isso continuei minha vida com as devidas adaptações, criando momentos únicos com meus filhos a cada viagem que fazia, vendo eles descobrirem um novo mundo a cada passeio, cultura e gostos diferentes. Embora o tema doença não me tirasse o sono, sempre fazia um bom plano de saúde antes de cada viagem, afinal seguro morreu de velho.

Pois bem, no último dia da nossa viagem ao Uruguai comentávamos como ela tinha sido boa e como todos a tinham curtido, já estávamos no carro a caminho da locadora para devolvê-lo, quando a minha filha, à época com 1 ano e 3 meses, vomitou. Achei que não era nada demais, afinal ela sempre vomitou com facilidade, devia ser uma simples indisposição. Limpamos o carro do melhor modo que conseguimos e o deixamos na locadora.

No aeroporto ela estava bem, corria e brincava com o irmão, embarcamos e assim que o avião decolou ela vomitou de novo. Nessa hora eu comecei a me preocupar. Ofereci água, ela aceitou e depois dormiu. Alguns minutos depois ela acordou e teve uma forte diarreia, que perdurou o voo inteiro.

Ficamos tão preocupados que acionei a aeromoça e ela o comandante, nosso voo era Montevidéu - São Paulo, São Paulo - Fortaleza, mas em virtude dos acontecimentos, achamos prudente desembarcar em São Paulo, minha filha estava bem desidratada e eu em pânico, meu pior pesadelo estava acontecendo, e em pleno voo, porque não foi no Uruguai ou no Brasil? Não podia ser pior!

Aqui faço um elogio à equipe da TAM, assim que o voo aterrizou em São Paulo fomos os primeiros a descer e uma equipe médica já nos aguardava, seguimos direto para a enfermaria do aeroporto onde o médico que nos atendeu ministrou soro, pois minha filha estava de fato muito desidratada e perguntou se ela tinha plano de saúde. Respondi prontamente que sim, ela tinha, mas foi quando percebi que havia cometido um erro enorme, estava de posse das apólices do seguro saúde, mas havia deixado os cartões do plano de saúde em casa.... O médico me recomendou que seguíssemos diretamente para o Hospital de Guarulhos para hidratá-la e averiguar melhor as causas da doença e, uma vez lá, era só pedir a um familiar que nos enviasse uma foto da carteira do plano de saúde e seríamos transferidos para um hospital particular.

Aceitei de pronto a sugestão do médico, seguimos de ambulância para o hospital e fomos muito bem atendidos pela médica plantonista, ela ministrou remédio na minha filha e soro glicosado e disse para aguardamos os resultados dos exames. Aqui faço dois adendos: uma simpática funcionária da TAM me acompanhava a todo momento, somente quando eu a dispensei ela foi embora e o Hospital de Guarulhos não permitia a entrada de crianças, por esse motivo tive que ficar sozinha, meu marido teve que ir para um hotel com nosso filho.

Quando minha filha estava um pouco mais estabilizada, já não vomitava e tinha episódios de diarreia a um tempo, questionei à médica se poderia transferi-lá para um hospital particular, nesse momento ela me disse que ela seria melhor atendida no Hospital de Guarulhos do que em qualquer outro, e completou: se fosse a minha filha a deixaria aqui. E foi isso que fiz.

A minha filha tinha sujado todas as roupas delas e as minhas, estávamos apenas com a roupa do corpo e assim ficamos a tarde e noite toda. Dormi em uma cadeira ao lado da cama da minha filha. Ficava pensando o que a fez adoecer, será que as papinhas diferentes do Uruguai, ou foi aquele dia no parque em que ela levou a mão suja à boca, ou naquele dia que brincou com cachorros? Não tinha como saber. Tinha sido culpa minha por viajar com ela tão nova? Não, nada disso estava na minha esfera de culpa, eu não poderia ter evitado. Esse pensamento me ajudou a superar os problemas que estava enfrentando.

No outro, ela comeu e não vomitou e estava melhor, mas só tivemos autorização para embarcar ao meio-dia. E nesse momento teço mais um elogio à TAM, eles prontamente me colocaram no primeiro voo disponível.

Quando finalmente cheguei em casa, minha filha levou 4 dias para se recuperar totalmente, havia perdido muito peso. Após esse episódio minha mãe me perguntou: você ainda vai viajar? Respondi que sim, mas sem muita segurança. Depois de um tempo refleti que esse terrível episódio poderia ter acontecido em qualquer lugar, nosso filhos não estão imunes à doença.

E assim foi, no final do mesmo ano viajamos novamente e a viagem foi maravilhosa, sem nenhum percalço. Filhos podem adoecer, e com certeza uma viagem não é o melhor lugar para que isso aconteça, mas será que devemos nos trancar em casa com medo? Acho que o mais correto é seguir nossas vidas tomando cuidado para evitar maiores complicações, no caso de viagens, fazer um bom seguro saúde e NUNCA esquecer do cartão do plano de saúde do Brasil. Mas deixar de viajar jamais...

Qualquer dúvida podem postar no comentário que eu responderei com prazer.


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